O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu um limite de
30 dias para o uso do rotativo do cartão de crédito, numa tentativa de
baixar os juros cobrados nessa modalidade de crédito --uma das mais caras atualmente.
O objetivo, segundo o órgão, é "tornar o
uso do cartão de crédito mais eficiente e barato para o usuário" e
"ajudar instituições financeiras a aprimorar gerenciamento de risco de
crédito".
A decisão foi divulgada na noite desta
quinta-feira (26). Os bancos e instituições financeiras têm até 3 de abril para
se adequar às mudanças.
Contra o efeito 'bola de neve'
Com as novas regras, se o consumidor não
pagar o valor total da fatura do cartão em determinado mês, os juros do
rotativo só poderão ser cobrados até o vencimento da fatura seguinte --ou seja,
por até 30 dias. Após esse prazo, o banco terá que apresentar ao cliente uma
proposta mais vantajosa para pagar o valor devido, em parcelas.
Hoje, se o consumidor não pagar o valor total da fatura,
a dívida é jogada para o mês seguinte, com a cobrança dos juros do rotativo.
Isso acontece mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros.
Desse modo, uma dívida de R$ 5.000 pode virar mais de R$ 27 mil em um ano, numa
espécie de "bola de neve".
Em dezembro, por exemplo, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito atingiu
484,6% ao ano, em média, segundo dados divulgados mais cedo pelo Banco Central.
Para comparação, os juros do crédito consignado --um dos mais baratos-- eram de
29,3% ao ano no mesmo mês.
Por UOL Economia
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